segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Razões...

Por trilho desconhecido
Cruzo com o que sou
Por vezes quero e não vou
Olho-me sem sentido
Apresso o passo, estilhaço
Numa esquina qualquer
Vejo lenha a arder
Não tem tempo não tem espaço
Arde em campo sachado
Crepúsculo ao anoitecer
As cinzas na terra cavada
Por fim se vão com o vento
Sem saber se foi o momento
De botar o pé na estrada

Por caminhos que nem eu sei
Canso-me logo ali
Vencida, ou então venci
Nas razões me aconcheguei
Razões saram mazelas
Mas desconheço o que são
Serão razões abanão
Que deitam ao chão colunas
Serão fúria, ou pedaços
De espuma desfeita em nada
Ventos na madrugada
Ou encobrir de cansaços

Em veredas aos ziguezagues
Passo por mim e não vejo
Que razões são realejo
Tocando velhas saudades
Sonhos do que não fui
Pedaços de nostalgia
Sem saber se é noite ou dia

Razão que desconhece razão
Será dor ou alegria
Será sonho fantasia
Ou a voz do coração
Será amor e paixão
Faúlhas em campo aberto
Será areia no deserto
Nada desfeito na mão

Perguntas sem ter resposta
Dão-me enorme abanão
Ferida que tirei a crosta
Deixando pingos no chão.





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