domingo, 14 de agosto de 2011

Oito da tarde


São oito da tarde
Se fosse Inverno
Seria da noite
Olho o horizonte acinzentado
Pelo calor da tarde
Transporta-me
Ao calor do teu abraço
No embalo fecho os olhos
Imagino como seria
Se a cidade não fosse branca
A sua brancura
Esconde o negro das vidas
Por detrás das fachadas
Aos meus ouvidos chega um choro
Talvez uma criança com fome
Um catarro se anuncia
Um velho esconde-se do sol
Como posso embalar-me no teu abraço
E pressentir magreza
Por detrás da brancura das fachadas
É isto que não sei explicar
Que tu não perdes tempo a me ensinar
São oito da tarde
Eu sei que amanhã
Estarei aqui de novo a matutar.

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo