No fundo dos
meus olhos amealho receios!
Quem sou
afinal no lamaçal do mundo?
-Concubina das
palavras, esfiapos de bandeira
amarelecida pelo
tempo. Que me vê bichada!
Viro as
costas às certezas, às visões possíveis,
sobretudo às
utopias, sempre que cruzo a rua
de um lado
para o outro, lá atrás a noite escura:
onde as estrelas
são palco que não venero.
Sei que
sorris, ao cruzar ombro a ombro a mesma rua,
e que
inventas mil desculpas, todas elas são cometas:
que me caem
aos pés! São as certezas tábua rasa,
sou eu folha
de outono, levada pelo vento…
És tu, o
envelhecer que não se importa
se a vida
traçada, foi bem ou mal vivida.
São todos os
meus versos espadas afiadas,
mesmo assim
sou a insignificância.
Que se cruza
contigo na calçada!
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