Não faz
sentido, ter mãos sem trabalho,
coração sem
amor pelo próximo,
terra onde
tudo o que persiste é medo.
Não faz
sentido o amanhecer,
se a mente não
alcança além.
Não faço sentido!
Sinto-me
barata tonta a naufragar num oceano de labaredas.
Restam delas
as cinzas e nas cinzas serpenteia ilusão.
Não me
olhes,
vivo num tempo que não me pertence,
e ao qual eu
não pertenço.
Vivo nele paredes
meias com a loucura,
E redescubro
que estou sozinha!
Tão sozinha
como todos os poetas,
dos quais me
alimento.
Almejo tão-somente
o dia da junção:
o festim procriará
para além do universo.
Nas profundezas
da terra,
leito onde se
reencontra a paz.
Enquanto não
me tornar pó, que alimenta o pó:
que Deus me
dê forças, para natura continuar.
Caminhando
de costas voltadas aos costumes.
Mesmo assim
voo em voo rasante,
e ao cair da noite adormeço em paz!
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