Deixa que a
tarde deslize no silêncio da alma…
Que os
telhados murmurem ao ouvido do céu:
_Um olhar
muito nosso.
Escuta:
_E se embrulhássemos
as palavras em sonhos…
Espalhados
p`lo restolho beijado p`lo sol.
Consente, que
interrogue o teu sentir…
E que o
provir seja o inicio da vida,
num terreiro
onde as palavras se despem:
_De
artefactos.
Olha o
horizonte… onde o céu beija o mar.
E a terra;
as estrelas numa noite de luar.
Deixa que
descubra pirilampos nos teus olhos…
E nos campos
fartos molhos;
em eiras sem
tempo.
Atravessa ao
meu lado; este chão…
Alentejo…
Campo aberto no coração.
Recordação
de mãos dadas,
ao sabor da
madrugada.
Só o luar de
Agosto se atreve a revelar:
_Este sentir
que é nosso!
Consente que
a tarde deslize… mansamente.
E que o
mundo um dia grite:
-Foram terra…
barro… trigo e alma!
Desenharam
lentamente na areia,
espalhada
aos sete ventos…
Todos os
sonhos sem voz.
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