quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Lírio roxo...

Roga esquecimento
Enrosca um lamento
Pede uma brecha, ao tempo
É contratempo
É azedume
É  lenha no lume
O vento que apague
Labareda, saudade
Roga ao pensamento

Que parta por aí
Onde nenhures existe
Onde o Outono persiste
Quem sabe na madrugada
Ali, no romper da alvorada
O vento traga na mão
Um olhar sem contradição
Uma boca que se afoite
A dizer que não é noite
A brecha em que esvaí

O teu rosto visão.
O meu rosto paradoxo
Que te solta ao coração
Como no campo o lírio roxo.

Esvai-se por campos, enfim
Roga esquecimento
Se não te sentes assim
Lírio açoitado p´lo vento.

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo