quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Traço...

A vida entrega espinhos aos Poetas
Quem disser o contrário é porque mente.
São marioneta mais ou menos consciente
Vejam bem, até podem ser estafetas.

Podem gritar amor ao afundar em rancor.
Dançar ao luar com vontade de chorar,
São fuinhas, trapaceiros no ringue a deslizar.
Levam às letras o peito em dor…

É ver os de outrora, com eles aprender,
O que é ser poeta…
Com Camões o mundo a desbravar,
Com Florbela o despeito no amar…
Com Bocage escárnio e maldizer,
Mas também sonetos de morrer.
Com Pessoa, o pai do realismo,
Em tantas caras sem grande fatalismo.
E a Cecília, de palavras ternas,
Às vezes adagas com asas.
Tenho que falar de Aleixo,
Poesia em pau de Freixo…
Despida de salamaleques!
Maria Alberta Meneres, criança equilibrada.
E de António Gedeão em Lágrimas de Preta.
Mas incute-me esta raiva a falar de Ary
´´ Malabarista, Cabrão, Poeta Castrado Não.``

Como vêem é fácil falar de poesia.
É deserto e ventania!
Ou então criança na rua despida.
Mendigo, gaiato, corcunda!
Desde que não seja surda, nem muda.
´´Ser poeta é ser mais alto como quem beija``
É ser autêntico, e sobretudo,
No traço adivinhar o seu cunho…




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