Se eu
pisasse um trilho fácil, dançaria ao luar,
gritava,
tenho tanto p`ra jogar.
Elevaria aos
píncaros aquilo que sou
Para depressa
me estender ao comprido,
ao perguntar
ao espelho: que restou?
A direito,
sem modéstia
ou falsa virtude,
piso com certeza
todas as pedras da calçada.
Por vezes
sangram-me os pés,
enfio a cabeça
na areia.
Também me
estatelo ao comprido,
sou assim:
chaparro assumido!
E um dia:
num tempo que não sei,
de um ano
que não viverei,
todos os
meus versos cairão ao chão,
e brotarão margaridas!
Vaidade desmedida
que me assola,
consola, e fala
baixinho:
sê tu, descalça
de arabescos,
no atrevimento
está o sonho.
E como todos
os sonhos são fruto do pensamento
Escrevo versos
e componho a minha mortalha ao vento.
E como o
vento varre a planície nas noites de luar
Tenho tanto
que aprender noutro tanto a desbravar.
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