Tem sempre uma palavra a dizer o poeta!
E pretendo
que me dispas. Fá-lo com estilo,
desabotoa cada
botão em destreza,
mas que a
calma seja o pronuncio de além.
Tenho a ultima
palavra, numa alcova de luar!
Quero lá saber
se o sal se esvai,
se as únicas
gotículas que conheço são as minhas!
Quer lá
saber o poeta, do mel na voz,
se o quer na
ponta dos dedos.
Ou do
arrepio, se por entre os lábios
o mosto
maduro é desejo e arrepia caminho.
Tem uma
palavra a dizer o poeta.
Ou então… Todos
os poemas de amor
serão cisco
sem tempo.
Despe-me,
atreve-te ao limite:
como me
atrevo e alicio a tua fraqueza.
Desliza por
entre os meus planaltos
enquanto me
sacio nos teus.
Mas tem em conta
que tudo me é permitido,
nas palavras
que invento.
Matar, amar,
roubar, mendigar,
sonhar, mas
sobretudo excitar.
Até penso esquecer
que sou gente,
pobre
indigente, acho-me albatroz em alto mar!
Por isso
atreve-te e despe-me lentamente.
Ao longe
numa clareira onde a terra é coberta,
e as estrelas
serão telhado deslumbrado.
O meu corpo jaz!
Vê bem :serei o desatino
na tua
mente. E nas cinzas em que então me tornarei,
bailam em faúlhas
aos teus olhos.
E mesmo
assim: a última palavra será minha!
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