Às vezes visto-me
no medo de perder os teus passos.
Desse medo
pardacento teço a minha mortalha,
ignoro o sol
na soleira da porta, só a chuva
lava as
pedras da rua. Os riachos podem ser sonhos
de uma tarde
de verão. Mas o medo escurece a alma!
Às vezes
visto-me de medo num estranho crer!
Finjo que
não vejo que há além ao amanhecer.
E que não
sei que te divertes. Enquanto renego
que não sei
que te vestes num irrisório prazer.
Brincas com os
fantasmas que te rodeiam,
na dança das
circunstâncias!
Redopia o
teu corpo mas o coração definha:
tudo porque
despes o crer da roupa do querer.
Mas sou eu
que tenho medo!
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