Por favor;
nem sempre me leves a sério.
Não: Quando
o formigueiro se alastra…
Quando as
palavras rolam descaradas!
E as frases
deixam de fazer sentido;
mesmo que o
sentido seja o sol.
Não me leves
a sério, sou malabarista,
cantor,
escultor, até pintor sem tinta!
Artista de
circo, figurante ou mau actor,
sou poeta! Vejo
borboletas onde falta a água…
Cometas sem
cauda; vejo terra e cor,
chuva, vento
ou maresia numa flor murcha!
Por favor;
só me leves a sério no caso sério:
Em terra de
ninguém, ou num corredor escuro;
e só se a mente
adormecer.
Leva-me a
sério, num filho sem pai…
Num poema
sem rosto e mesmo assim,
é a cara
chapada da humanidade.
Não me leves
a sério. Sou ser de mil vozes!
Mas leva-me
a sério. Das dores faço nozes!
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