quarta-feira, 25 de maio de 2011

Desdém



Não
Imagino
O deserto
De quem
Nada tem

O ar
Condicionado
Ralha-me
Com desdém
Zzzzzzzzzzzzz
Repetitivo
Barulho
Ensurdecedor
Quero silêncio
No meu regalo
De quem tem
Ar condicionado

Zzzzzzzzzzzz
Mosquito
Esfaimado
No estômago
De quem tem
Que lutar
Pelo fresco.

O ar condicionado
Refresca-me com desdém!
Enquanto no mundo morre outro alguém. 

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo