(Mote)
Estava eu um
dia destes,
a pensar com
os meus botões…
Portugal o
que fizeste,
para atrair
os barões?
Tudo rouba
sem virtude!
Há uma
inércia imbecil.
Isto já
parece um covil.
Até dá ares
a abutre.
O povo chora
sem norte…
E deita as
mãos à cabeça.
Resignado
com a sentença.
De boca
aberta, pasmado!
Em assombro
alarmado.
Estava eu um
dia destes…
Quando
achava que tudo vi.
Uma ideia me
assaltou…
Triste país
em que estou!
A pensar
nisto me atrevi.
Depois que
no jornal li:
No Parlamento
à dentada.
Anda tudo à bofetada.
Mas os
milhões lá escaparam.
E por estes dias me deixaram…
A pensar com
os meus botões:
Vencemos a
ditadura.
Achámos que
tudo era simples.
Esquecemos
até os limites…
Onde é que
está o pudor?
A casa
cheira a bolor!
Ser honrado
hoje em dia,
até parece
fantasia.
De gente
saudosista.
Já que é tão
negra a lista…
Portugal o
que fizeste?
Aos ecos de
liberdade.
De honra e
de bravura.
Está cavada
a sepultura.
Digo eu com
ansiedade.
Sem receio e
sem vaidade:
Sempre que
ligo a Televisão…
Anda tudo ao
encontrão!
À direita e
à esquerda.
E até o
centro é corveta.
Para atrair
os barões!
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