Porque me
perco num estranho pensar?
Doí-me mais
a mim do que dói ao mundo!
Tudo persiste
num submisso caminhar…
Será que só
em mim o fosso é mais fundo?
Perco-me por
aqui e por ali a naufragar,
em algodão
doce, um oceano profundo!
Onde a mente
se enterra e se tenta agarrar.
Ao sol que
escapa apressado e mudo…
Sou poeta de
insignificante estória.
Acorrentada a
um papagaio de papel.
Sonho, e no
sonhar reencontro a memória…
Sonho e no
sonhar escrevo a granel.
Então:
porque não cego na trajectória?
Se o mundo
está feliz no seu carrossel.
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