Quando me sento sobre as sombras do dia,
e adivinho os passos dos outros,
penso esquecer, qualquer dor ou lamento.
Incido o olhar nas esquinas nuas,
e redescubro orifícios…
Por onde se soltam os ais!
Outras vezes, fico somente:
A olhar o vazio das ruas sem vida!
Regresso à infância de pés descalços!
Na terra gretada pelo suão,
de um Agosto de todos os sonhos.
Ainda assim; dispo as certezas!
Esqueço ambições, mas penso em ti.
Visão incomum, maré de muitas ondas.
Ceara verde, tingida do vermelho,
de uma papoila saltitante.
E volto a ser crente, de uma crença singela!
Creio no amor pelo amor maduro.
De um cacho de uvas, de cepa agreste.
Creio na vida pela vida dada.
De uma costela do campo em rama.
Quando me sento… redescubro orifícios!
Por onde se
soltam os ais do povo…
Nessas alturas sou exígua:
Como partículas de pó;
nos dias estivais.
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