Quem sou eu?
Uma flor
tingida na memória!
Umas vezes;
de um verde deslavado p`lo cansaço.
Outras de um
tom púrpura, pigmentado no sonho.
Há ainda
aquelas em que estou pintalgada:
Com todas as
cores do arco-íris!
Nem sempre retorno
ao ponto de partida.
Envolta num
manto cor de barro, tingida…
Nem sempre.
Sei que o ventre é o auge da terra!
Que os
campos em flor são a minha razão.
E as dores
da vida são o sangue do chão.
Não hiberno
no receio daquilo que há-de vir…
Nem na
firmeza que a certeza é ínfimo aconchego.
Se volto
atrás no pensamento:
Visto as
cores do montado e parto sem destino.
A magia do
virar da curva está na robustez:
Com que se
enfrenta o impossível.
Quem sou eu?
Se trago
pigmentada na mente a solidão!
Nas mãos
vazias trago a esperança que me olha.
No peito os
choros de quem se cruza no meu caminho.
Ou os risos
que me iluminam de mansinho.
Quem sou eu?
Tão vazia e tão cheia de tudo!
Serei por
ventura a costela da planície…
Vagueio como
o vento aos quatros cantos!
Estou cansada… cansada de mim e de ti.
Sonho
inaudito que o tempo teima em trazer.
Mas afinal;
quem sou eu?
Foto de José Carlos Pratas.
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