´´ Ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens,
morder como quem beija.``
Nada melhor do que meditar nas palavras de Florbela Espanca
e assim iniciar uma curta reflexão, sobre esta coisa de ser, Poeta.
Não falo da pessoa em si, essa não é mais ou menos que outro
qualquer, quando muito tem um dom que os restantes não têm. Mas hoje em dia com
um bom rimador online qualquer um, rima.
O ser humano destinge-se pelas suas características ou
qualidades, específicas, cada um terá as suas. O que se pode, ou não elevar é a
sua arte, ou a carga que consegue transmitir aos pensamentos, seja numa análise
crua das circunstâncias que o levaram a escrever, seja no tacto colocado no
acto de escrever, ou no saber desenvolver a linha de pensamento de forma
coerente e sucinta. Com isto não quero dizer que por vezes um pouco de falta de
tacto não faça milagres. Principalmente quando a emoção se sobrepõe à razão,
podem assim, nascer poemas sublimes, que em outras circunstâncias a pessoa jamais
escreveria. A poesia é uma expressão artística, com a importância e o papel de
outra qualquer expressão artística, fomentar o movimento em trono de um
qualquer elemento.
Ser poeta passa sobretudo por ser impulsivo no pensamento,
mas ao mesmo tempo minucioso e acreditem: Ser poeta dói e traz mais
desconforto, do que conforto. Jamais um poeta se acomoda a estereótipos e muito
menos é subserviente ao momento. Cada poeta deve ser único, só assim o seu
trabalho terá valor, reconhecido. Um poeta não copia estilos, cria o seu
próprio estilo, senão é igual a um copista, um pintor que só faça réplicas de
outros pintores, pode ser muito bom, mas nunca passará de um copista. E ao
contrário do que muitos imaginam, um poeta não fala só de si, fala do meio
envolvente e principalmente tem que ser exímio e saber falar do futuro.
Um poema só o é se sobreviver ao espaço físico e ao momento
em que foi escrito, de outra maneira é um texto em forma de verso. tal como
acontece com o soneto de Florbela que se manterá eternamente actual. ´´Ser
Poeta… é ter cá dentro um astro que flameja, é ter garras e asas de condor.``
E sim um poeta pode morder como quem beija, mas não deixa
nunca de morder… no pensamento alheio.
De Antónia Ruivo, neste dia dos poetas.
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