segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vielas

Caminhou com passos perdidos...
Jamais!.. deu dois passos atrás.
Os ninhos das vielas, eram antros, enlouquecidos.
E o mundo: uma redoma prestes a explodir!
Um dia perdeu os sentidos.
Olhou-se no espelho... já não era rapaz!

Aquele quem é, que não reconhece?
O seu nome é Zé e na vida esvaece.
Aquele quem é, será que tem nome?
As rugas na testa demarcam a fome.

Caminha com passos vencidos...
A barriga ronca com fome de vida...
Quem são os seus filhos, quem foi, sua mãe?
E o tal de Deus que o carrega nas costas...
Traz-lhe à lembrança, a morte manhosa.
Perdido na ruela que se decompõe.
Solta um grito rouco!...
Agora me vou deste mundo louco...
Diz adeus aos ninhos, antes de partir.
Roga que interpelem, uma dor, um sentir.

Roga que não esqueçam: que um dia também soube rir!

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo